quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Reflexão Pré-Partida

Depois de uma longa conversa com a minha madrinha e chefe de agrupamento, ao explicar-lhe algumas coisas acabei por ter de pensar melhor sobre estes últimos 4 anos.

Lembro-me de fazer a passagem para os caminheiros com mais dois amigos e dizer naquele dia ao David:
"Eu não vou fazer a minha promessa de caminheira, venho só experimentar para dizer que estive nas 4 secções, mas não vou desperdiçar dinheiro com a farda vermelha. Não me identifico com isto."

Antes pensava que o que está no post "A Entrada para a IV" tinha sido o ponto de partida, o que me fez começar a olhar para o caminheirismo de outra forma. Mas não.

Tal como alguns noviços hoje, enquanto recém caminheira achava que a IV não era para mim. Já era capaz de ir às atividades sem ir desmotivada, mas ainda não tinha percebido o que era na verdade o caminheirismo. Nem fazia ideia.

Eu poderia ter ido no mesmo caminho de um grande amigo meu.
Mas tomei uma grande decisão na minha vida que foi dizer "sim" à minha primeira atividade para caminheiros, aberto ao país, quando o meu amigo à última da hora disse "afinal não".
Fui sozinha, cheia de medo. Cheia de dúvidas, com uma vontade enorme de voltar para casa.

Mas já não havia volta a dar. Fui.
Deixei-me levar e conseguiram puxar por mim, pela rapariga mais envergonhada naquelas circunstâncias.
Foi aí o grande ponto de partida, foi aqui que abri os olhos e vi o que em Quarteira eu não via. Foi aí que senti que não me posso deixar levar pelos exemplos maus e lutar pelo que gosto, pelo que quero, pelo que faz sentido.

E foi brutal!

Não me dei bem com todos, é um facto importante. Não gostei nem um pouco de maior parte do meu clã, achei-os egoístas, convencidos e pouco acolhedores.
Mas adorei 4 pessoas. E 4 pessoas bastaram para eu começar a inscrever-me em mais nacionais e a ir aos regionais com outro espírito. Foram esses 4 que me fizeram dar valor ao meu agrupamento e que me deram vontade de ensinar tudo o que sei.

Depois deste desabafo olhei para o meu pulso e vi a pulseira que uma daquelas pessoas maravilhosas que conheci nesta minha primeira grande atividade me ofereceu.
Até que desatei a chorar de emoção.
Ando com ela todos os dias, e às vezes nem me apercebo do que tem sido a minha vida desde que tenho esta pulseira.
Acabei de perceber que a vida assim faz sentido. Não me arrependo de ter dito que sim a todas estas vivências que me fazem crescer todas as semanas.
Momentos bons e momentos menos bons que me fazer ganhar experiência, fazem-me aprender a viver. A viver cada momento com intensidade, a saber aproveitar o melhor da vida e a dar menos valor a bens materiais e a valorizar e muito cada experiência.


Momento de reflexão no Quo Vadis 2013, a minha primeira atividade de IV aberta ao país

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