segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Cenáculo Regional foi (como deve ser) a Conselho Regional

Após 4 meses de luta neste movimento, aqui estou eu. A 13 dias da minha partida.

Hoje preocupo-me em dar ideias à minha chefe de clã para a nossa partida, em convidar ex-escuteiros para surpreenderem o meu companheiro do escutismo, em pensar no que irei falar no meu discurso de partida, etc.
Mas hoje também é um dia de reflexão entre os caminheiros mais assíduos do Algarve. Estamos há horas a falar do que se passou na sexta-feira passada no Conselho Regional.


Após acordado em cenáculo regional, levámos 3 propostas relacionadas com a IV secção a Conselho.
Eu não tive oportunidade de ir, tenho pena. Mas quem foi conta-me que foi uma desgraça. 
Alguns chefes conseguiram colocar a caminheira que estava a apresentar as propostas nervosa com risinhos e piadas. Segundo o que me contam, muitos chefes não tiveram a postura mais correta e, como é óbvio, as 3 propostas não foram aprovadas.


Quem me conta isto vê este acontecimento como uma tragédia. Algo que os relembra de como este movimento não é perfeito e de que existem pessoas sem educação e tino na cabeça para representarem um cargo como o de Dirigente do CNE.
É normal, se eu lá tivesse estado provavelmente também estaria com vontade de rebentar com essas pessoas todas e de dizer-lhes tudo o que tenho na minha cabeça acerca de pessoas assim.

Mas agora que estou deste lado, do lado de quem não vivenciou mas esteve super ansioso do que se iria passar em Conselho Regional, vejo as coisas de uma maneira positiva e produtiva.

Já foi muito bom, pela primeira vez no Algarve, os caminheiros apresentarem 3 propostas concretas em Conselho Regional. Pela primeira vez existem caminheiros interessados numa IV melhor, num clã regional unido. Existem mais caminheiros a participar em Conselhos, ainda poucos, é verdade, mas são mais.
Sempre percebi que o sucesso não vem da noite para o dia. O primeiro passo já está dado! Agora é não desistir e continuar a fomentar o espírito crítico destes jovens e continuar a lutar por uma IV Regional melhor.


Eu no fundo estou contente. Porque sinto que levámos algo de Cenáculo, algo dos caminheiros para Conselho Regional. Foi bom porque todos viram a nossa força, e quem não viu já soube de alguma maneira... as notícias aqui correm rápido.
E no próximo Conselho Regional lá estaremos nós de novo. Eu já não estarei como caminheira, é verdade. 
Mas como futura dirigente vos garanto que terei uma boa postura, seja em Conselho Regional seja onde for. Vou comportar-me como o verdadeiro escutismo me ensinou, com a mesma postura como coordenei a equipa de logística do nosso cenáculo. 
Porque é assim que se comportam os bons exemplos do CNE, os exemplos que eu sigo. Podem ser poucos, tudo bem. Mas são verdadeiros exemplos a seguir e é neles que nos devemos focar.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Reflexão Pré-Partida

Depois de uma longa conversa com a minha madrinha e chefe de agrupamento, ao explicar-lhe algumas coisas acabei por ter de pensar melhor sobre estes últimos 4 anos.

Lembro-me de fazer a passagem para os caminheiros com mais dois amigos e dizer naquele dia ao David:
"Eu não vou fazer a minha promessa de caminheira, venho só experimentar para dizer que estive nas 4 secções, mas não vou desperdiçar dinheiro com a farda vermelha. Não me identifico com isto."

Antes pensava que o que está no post "A Entrada para a IV" tinha sido o ponto de partida, o que me fez começar a olhar para o caminheirismo de outra forma. Mas não.

Tal como alguns noviços hoje, enquanto recém caminheira achava que a IV não era para mim. Já era capaz de ir às atividades sem ir desmotivada, mas ainda não tinha percebido o que era na verdade o caminheirismo. Nem fazia ideia.

Eu poderia ter ido no mesmo caminho de um grande amigo meu.
Mas tomei uma grande decisão na minha vida que foi dizer "sim" à minha primeira atividade para caminheiros, aberto ao país, quando o meu amigo à última da hora disse "afinal não".
Fui sozinha, cheia de medo. Cheia de dúvidas, com uma vontade enorme de voltar para casa.

Mas já não havia volta a dar. Fui.
Deixei-me levar e conseguiram puxar por mim, pela rapariga mais envergonhada naquelas circunstâncias.
Foi aí o grande ponto de partida, foi aqui que abri os olhos e vi o que em Quarteira eu não via. Foi aí que senti que não me posso deixar levar pelos exemplos maus e lutar pelo que gosto, pelo que quero, pelo que faz sentido.

E foi brutal!

Não me dei bem com todos, é um facto importante. Não gostei nem um pouco de maior parte do meu clã, achei-os egoístas, convencidos e pouco acolhedores.
Mas adorei 4 pessoas. E 4 pessoas bastaram para eu começar a inscrever-me em mais nacionais e a ir aos regionais com outro espírito. Foram esses 4 que me fizeram dar valor ao meu agrupamento e que me deram vontade de ensinar tudo o que sei.

Depois deste desabafo olhei para o meu pulso e vi a pulseira que uma daquelas pessoas maravilhosas que conheci nesta minha primeira grande atividade me ofereceu.
Até que desatei a chorar de emoção.
Ando com ela todos os dias, e às vezes nem me apercebo do que tem sido a minha vida desde que tenho esta pulseira.
Acabei de perceber que a vida assim faz sentido. Não me arrependo de ter dito que sim a todas estas vivências que me fazem crescer todas as semanas.
Momentos bons e momentos menos bons que me fazer ganhar experiência, fazem-me aprender a viver. A viver cada momento com intensidade, a saber aproveitar o melhor da vida e a dar menos valor a bens materiais e a valorizar e muito cada experiência.


Momento de reflexão no Quo Vadis 2013, a minha primeira atividade de IV aberta ao país

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Como não sair dececionado de uma atividade? Não criar expectativas altas.

Mais um Quo Vadis. O último como caminheira.

Não era difícil ir para este Quo Vadis com expectativas mais baixas que há dois anos atrás. Afinal de contas já são 4 anos de caminheirismo e 16 anos de acampamentos escutistas.
O momento da minha Partida está a chegar e o que mais quero é aproveitar todas as atividades possíveis, apesar de sentir que já não vou viver mais do que aquilo que já vivi estes anos todos.

"Vai ser mais do mesmo" pensei eu na viagem até Viseu.

E sabem que mais? As expectativas foram superadas e rebentaram o limite!
O meu clã era composto por caminheiros mais novos e muitos noviços, mas mesmo assim senti-me parte deles, senti que se formou ali um grupo muito unido.
Tive a sorte de calhar com uma chefe de clã a estrear e um chefe mais experiente a participar. Consegui ver-me neles, a fazer aquilo daqui a pouco tempo.

Consegui perder o medo de fazer a Partida. Consegui perder o medo de ser Dirigente.

Agora tenho a certeza que cada atividade é uma atividade diferente e qualquer uma pode superar ou não as outras. Depende do espírito dos participantes, depende da nossa disposição quando lá chegamos e depende muito da equipa que organiza a atividade.

Muito obrigada ao Clã nº 10 de Santa Maria 0604 Canas de Senhorim que nunca desilude!

Lembranças que trouxe do Quo Vadis 2015

Hino do Quo Vadis:

Era uma vez um sonho
Tornado realidade
Um novo desafio
Orientado pela vontade
Procurar, descobrir sentidos
Dar início à aventura
Abrir as asas e voar
A sua história trilhar

Mexe-te, vem
Pega na mochila
Corre, salta
Do que está à espera
Canta, sorri
Ser Homem Novo
Onde vais tu??
Onde vais... Caminheiro?

Tu que tens rubro ao peito
E desejas novas conquistas
Faz com que os medos sejam desfeitos
E avança, não desistas
Muitas histórias, um caminho
Que podes (que tens!)
Que percorrer
Deixar o mundo melhor
E assim viver

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Porquê "A Escuteirinha"?

É impressionante como ainda quase ninguém sabe da existência deste blog, mas já houve quem se indignasse com o nome dele.

"Porquê A Escuteirinha?" Perguntam vocês. "Mas que coisa mais à pita." Exatamente!

Naquela altura parva em que somos muito gozados na escola, eu era "a escuteirinha". Sempre foi assim que alguns colegas anti-escuteiros me chamavam. Ainda na escola secundária fui gozada por acordar cedo aos sábados e passar domingos de manhã na missa para usar meias até aos joelhos.

E na altura de escolher um nome para um blog onde a ideia é partilhar a minha vida escutista, porque não intitular-me daquilo que sempre me chamaram?

Algures em 2005
Nas promessas de 2004

Nas promessas de 2004

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Candidatura BNIV - minha querida Drave


É engraçado como há uma semana atrás eu escrevia sobre os nacionais não aceitarem algarvios muito frequentemente e hoje recebo a resposta da minha candidatura para STAFF da BNIV em 2016.

Infelizmente não fui selecionada. Fico triste porque esforcei-me mesmo na minha candidatura e o sentimento agora é de como se tivesse feito uma viajem até ao outro lado do mundo a pé e quando cheguei lá não tive ninguém para me receber.
Mas enfim, provavelmente houveram candidaturas melhores que a minha, ou então eles simplesmente não foram com a minha cara quando tive oportunidade de os conhecer pessoalmente. Ou se calhar... sei lá. Tantas razões possíveis...

Agora já só me resta partilhar a minha candidatura convosco e esperar que para o ano ainda haja oportunidade para me candidatar e que esta chama dentro de mim que se acendeu no Sol a Sol não morra por razões parvas.

Deixo-vos uma grande parte da candidatura: O vídeo de motivação

Ah e resta-me também agradecer muito a todos os que me apoiaram.
Chefe de clã e para sempre amiga Marisa, David, Ricardo e Inês do meu agrupamento.
Clãs dos agrupamentos 98-Faro, 100-Tavira, 159-Portimão, 173-Lagos, 181-Silves, 554-Olhão, 714-Albufeira, 1009-Paderne, 1174-Boliqueime, 1200-Quelfes e 1324-Sé Faro.
A EG não gostou o suficiente, mas estas pessoas apoiaram como ninguém e isso é de louvar.


Printscreens do vídeo



E agora a parte escrita:


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

As Atividades Nacionais e o Algarve

   Nos pioneiros já tinha participado em atividades fora do Algarve. Mas atividades abertas a todo o país só participei na IV secção.

   Foi o Quo Vadis 2013 a primeira. Foi a primeira vez que senti que o caminheirismo é bem vivido em Portugal. Coisa que no Algarve era bastante difícil até ao ACAREG 2014, em que a IV secção teve, pela primeira vez, a participar enquanto secção e não como STAFF.

   No Quo Vadis foi engraçado, pois o pessoal do Norte ficou muito espantado quando eu dizia que tinha feito tantos quilómetros só para passar um fim de semana com eles.

   No Cenáculo Nacional obtivemos a mesma reação. Até nos disseram que quando fosse organizado um Nacional mais a Sul (provavelmente no Algarve ou Beja) que seriam incapazes de se deslocar para tão longe e preferiam faltar à atividade.

   Este tipo de reações até conseguimos perceber.
   O que não conseguimos perceber é quando os caminheiros do Algarve se propôem a fazer parte da organização ou querem participar em algo que é necessário uma candidatura.
   Muitas vezes o Algarve é posto de parte.

   Já estamos no segundo ano consequtivo em que não temos um embaixador algarvio (nem alentejano) para o Cenáculo Regional do Algarve. Temos tido lisboetas, que por muito simpáticos e atenciosos que sejam, não nos conseguem dar o apoio que necessitamos.

   Também já falei com um amigo que se candidatou à Portuguese Work Party e, mais uma vez, ninguém da nossa região foi selecionado.
No Quo Vadis 2013 - tirada por Cláudio nOy Martins

   Mas estamos a mudar aos poucos de paradigma.

   Aos poucos o Algarve está a chegar-se à frente e a mostrar interesse.
   Aos poucos vamos conseguindo as nossas pequenas vitórias, como por exemplo, uma grande parte dos participantes do Quo Vadis 2015 são da Região do Algarve.
   Vamos conseguindo mostrar que estamos atentos e fomos dos primeiros a enviar a inscrição.

   Também na BNIV já se começa a ver os clãs algarvios a fazerem lá as suas atividades, ou mesmo a participar nas EPICS. Ainda somos uma pequeníssima parte, mas já somos. E isso é o que interessa :)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Duas semanas fora do Algarve

Foi este verão. O primeiro verão aproveitado em atividades escutistas em vez de ser passado a trabalhar.

A primeira semana foi passada no Rover Ibérico. Fui com outros agrupamentos do Algarve, no entanto fui a única algarvia no meu desafio na Cidade do Porto.

Na segunda semana fui conhecer a BNIV na Drave. Participei na atividade reservada à reconstrução e manutenção da aldeia, Sol a Sol. Não fui a única a representar a região do Algarve, mas senti-me a única algarvia.
As lembranças que trouxe do Rover Ibérico e do Sol a Sol


"Chegou o momento em que a nostalgia bate mais forte.
O momento em que ainda não desfiz a mochila pois não consigo largar o facebook com tantos textos lamechas por ler, inúmeras fotografias por ver e pedidos de amizade por aceitar de pessoas que sei que nunca vou esquecer.
Foram as duas semanas mais cheias da minha vida em que conheci pessoas incríveis, uma cidade linda e a aldeia mágica.
Não me arrependo de todo de ter trocado a praia, a piscina, as saídas à noite, as idas às compras de coisas materiais por estas duas semanas tão simples em que o que conta não é a roupa ou o penteado mas sim a vivência, a personalidade e o carácter.
São momentos mágicos que ficam para a vida e que me fazem ter a certeza de que isto é minha vida. Não precisar de álcool para cantarmos aos altos berros, não precisar de me arranjar para gostarem de mim.
Adorei cada momento, cada conversa, cada música cantada, cada experiência nova vivida, cada trabalho árduo que tanto reclamei, cada pessoa diferente de locais tão diferentes mas que parecem ter tanto em comum só pelo facto de sermos escuteiros ✌🏼️⛺️

"Corre, salta, dança, voa, vem andar sobre o luar.
Ama agradece num sorriso quem te olha a chorar."🎶🎶"